Este post vai ser dedicado à minha opinião acerca do aborto. Repito: à minha opinião.
Este é um tema sempre polémico e que frequentemente origina debates infindáveis entre aqueles que são a favor, os que são contra e mesmo os indecisos que também têm opinião sobre este tema!
Uma questão que se me coloca desde logo é a seguinte:
Se o "Sim" tivesse ganho na edição anterior do referendo, estaríamos a ter agora um novo referendo? E daqui a 5 ou 6 anos teremos um novo referendo, independentemente do resultado deste referendo? Quando se repetirá o referendo sobre a regionalização? Não terá o país assuntos novos para referendar, em vez de estar a repetir referendos já efectuados?
De facto tenho uma certa dificuldade em perceber a lógica de insitir neste referendo, parece que querem torturar o povo português até que este,pelo cansaço diga: "ok, vá lá, abortem para aí, que o que eu não quero é voltar a perder os meus domingos em referendos, e já estou farto de debates e tempos de antena sobre o aborto!".
Não me parece uma boa forma de agir, mas quem sou eu?
Alguns dos argumentos a favor do aborto também me intrigam bastante. A idéia de que a penalizalção do aborto, nos moldes actuais prejudica mais as mulheres pobres do que as mulheres ricas, que podem ir além fronteiras fazer o serviço em condições dignas, enquanto que as pobres, teriam que o fazer escondidas, fugitivas pela ilegalidade do acto... É sem dúvida revoltante pensar que assim seja. Mas o que está errado aqui é que o aborto seja permitido além fronteiras. Os toxicodependentes ricos também podem ir fumar cannabis a Amsterdam sem serem presos nem molestados pela polícia. Os caçadores ricos também podem ir cometer chacinas para as savanas africanas, sem sofrerem graves consequências. Os empresários sem escrúpulos podem ir para a China explorar o trabalho infantil. Isso não significa que eu deseje essas situações na minha sociedade. Não, eu não quero mulheres a abortar, não senhor.
Outro argumento, que aliás parece justificar que este referendo se repita, é o de que que são as mentes retrógadas que são contra o aborto, e que assim que a sociedade portuguesa evolua, naturalmente o aborto será mais bem aceite, pelas mentes mais modernas, mais cool, mais abertas, mais cosmopolitas. Pois eu acho que não será assim e talvez se surpreendam se verificarem que cada vez mais o aborto será mais rejeitado. Felizmente a população portuguesa tenderá a ter cada vez mais cabeças auto-pensantes, frutos de níveis de educação superiores e como uma sociedade civilizada que se está a transformar, será capaz de perceber que matar (mesmo que sejam embriões) será muito relacionado com a idade média do que com o século XXI.
Há também o argumento económico, de que em algumas famílias o orçamento pode não aguentar com um novo elemento. Será que matar o elemento mais novo será o mais justo? Porquê? Porque não se pode defender? Porque não começar por matar o avô? A sociedade até parece ter velhos a mais e crianças a menos... Mais uma vez, um erro não corrige o anterior, pelo que o facto de a sociedade não ser capaz de garantir riqueza e qualidaed de vida para todos não deve justificar que nos andemos todos a matar uns aos outros. Em vez disso devem ser criadas condições para zelar por estas crianças.
Como pode alguém decidir sobre o direito à vida de outro? Eu não posso decidir sobre o meu próprio direito à morte, não posso delegar em outrém o direito de colocar fim à minha vida. Como poderemos então ir votar sobre a vida de milhares de crianças que serão geradas brevemente? Já alguém autorizou os seus pais a acabarem com as vossas vidas?
Para finalizar, existem os estudos que revelam que a legalização do aborto conduz a uma redução da criminalidade no futuro. Neste caso eu devo dizer que sou a favor da redução da criminalidade, pois considero a segurança como um dos valores a defender numa sociedade. Agora esta forma de a atingir é totalmente inaceitável. Por outro lado, tem subjacente a ideia de que a legalização do aborto vai eliminar principalmente as vidas com elevada probabilidade de se tornarem delinquentes. Ora este tipo de pensamentos é o mesmo que na história tem justificado uma série de chacinas humanas.
Tal como os comentadores financeiros que terminam as suas crónicas revelando que não possuem nenhum interesse nas empresas comentadas, também aqui penso ser oportuno referir que não pertenço a nenhuma organização humanitária, nenhum partido, nem paróquia. Sou agnóstico, sou pela vida.
Serei extremista, mas não consigo deixar de terminar com o pensamento de que os defensores do aborto não deveriam sequer ter nascido.
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